Relatório Mensal de Gestão
Prumo Holdings FIA
No mês | -3,04%
No ano | +1,09%
O fundo fechou o mês com uma desvalorização de -3,04%, enquanto o índice Ibovespa apresentou uma queda de -2,64%.
Nos Estados Unidos tivemos a divulgação da minuta da reunião do FOMC de Fevereiro, que manteve a taxa referencial de juros inalterada no limite entre 4,25% e 4,50%. Em resumo, a ata afirmou que os dirigentes gostariam de ver um progresso mais relevante na inflação antes de fazerem novas reduções na taxa de juros. Houve também um comentário sobre preocupações com relação a potenciais impactos vindo da gestão Trump no que diz respeito a políticas tarifárias, bem como preocupações com desregulamentação e diminuições em impostos. Ainda nos Estados Unidos, chamou a atenção a divulgação de dados de atividade no setor de serviços abaixo do esperado. A performance negativa dos dados relacionados a atividade podem estar relacionados à incerteza que a nova gestão presidencial americana tem adicionado através de suas políticas, sobretudo aquelas relacionadas a tarifação (trade war). O mercado precisa ainda entender a extensão e os impactos das políticas de Trump, o que deve ocorrer ao longo dos próximos meses. O índice americano S&P caiu -1,42% no mês.
No Brasil, continuamos a ver pesquisas indicando queda da popularidade de Lula e o início de movimentações relacionadas a reforma dos ministérios. Gleisi Hoffmann passa a substituir Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais, que por sua vez irá assumir o Ministério da Saúde no lugar de Nísia. Essa movimentação não foi bem recebida pelo mercado que teme um enfraquecimento maior ainda do ministro da fazenda Fernando Haddad, bem como uma piora na articulação do governo com o congresso. O nome de Gleisi enfrenta também resistência por parte dos parlamentares do congresso, reforçando um ambiente político deteriorado e incerto. Há temores de que Haddad possa ser substituído em breve e a falta de visibilidade sobre quem poderia substituí-lo deixa o mercado preocupado. A nomeação de Gleisi reforça o viés do presidente Lula de se cercar de pessoas de sua confiança, em detrimento de uma busca por um maior pragmatismo tão necessário nesse momento.
De forma geral, a temporada de resultados do quarto trimestre no Brasil tem trazido um conjunto de resultados ainda positivos, com as empresas em sua maior parte apresentando balanços robustos e reestruturados após uma janela positiva para emissões de dívidas a spreads menores. A economia ainda se beneficia da inércia de um impulso fiscal relevante do passado recente, a despeito das elevadas taxas de juros no Brasil. A situação fiscal ainda requer bastante atenção, sem perspectivas positivas no curto prazo.
Nesse cenário bastante conturbado no Brasil e no exterior, continuamos com um portfolio diversificado em empresas de qualidade, buscando proteção em ativos com operações resilientes e que tenham gestão experiente. O nível de valuation na bolsa brasileira continua bastante descontado, sobretudo nas ações domésticas.
Os principais setores que contribuíram positivamente para o retorno do fundo no mês foram: tecnologia, indústria e utilities. Já os principais setores detratores foram: consumo cíclico, commodities, infraestrutura, serviços financeiros e transporte.
Obrigado pela confiança