Relatório Mensal de Gestão
Prumo Ações FIA
No mês | -6,41%
No ano | -3,51%
O fundo fechou o mês com uma desvalorização de -6,41%, enquanto o índice Ibovespa apresentou queda de -1.70%. Essa diferença pode ser atribuída basicamente ao fato do índice ter um peso relevante em ações de commodities, dentre elas, ações de Petrobras que se valorizaram aproximadamente +15% no mês.
O FED continua sendo a principal fonte de volatilidade nos preços dos ativos. Um conjunto relevante de dados mostrando uma economia americana mais forte que o esperado fizeram Powell mudar o discurso sobre o início do ciclo de corte de juros. O presidente do banco Central americano afirmou que vai demorar mais tempo para que tenham a confiança necessária para cortar juros. Assim, o mercado passou a precificar um cenário de juros altos por mais tempo, com projeções cada vez menores para número de cortes de juros em 2024. As curvas de juros abriram, o dólar se fortaleceu e os ativos de risco sofreram com a confirmação de um cenário bem diferente daquele projetado no início do ano. Além disso, os mercados estressaram também com o escalonamento do conflito no oriente médio entre Israel e Irã, levando a um aumento nos preços do petróleo, num momento de risco inflacionário cada vez maior.
A bolsa brasileira continua sofrendo com o noticiário internacional conforme explicado anteriormente. Entretanto, podemos adicionar outras variáveis internas que tem trazido preocupações para os investidores, e que acabam se somando aos ventos contrários do exterior. Dentre os principais temas de preocupação, o tema fiscal continua sendo o mais importante deles. A tentativa do governo de intervir em estatais é outro tema que também tem atrapalhado. Do lado positivo, o dado de inflação IPCA-15 para abril veio melhor que o esperado. Apesar da tendência positiva da inflação no Brasil, o discurso de Roberto Campos continua cauteloso e dependente do desenrolar da evolução do tema fiscal e da evolução da política de juros americanos.
A bolsa brasileira tem enfrentado nos últimos anos um período de performance mais difícil. Analisando um histórico mais longo da bolsa, percebemos que o valuation da bolsa está em níveis muito atrativos. Talvez a maior diferença com relação a ciclos anteriores de mercado seja o prolongado período de tempo que a bolsa tem operado a múltiplos amassados. A questão é que é muito difícil acertar o momento em que a bolsa irá destravar o seu valor. No ano passado, a maior parte do retorno da bolsa aconteceu em dois meses apenas (novembro e dezembro). Assim, é recomendável persistir investido dado o valuation muito atrativo das empresas e o nível elevado de qualidade das mesmas, sem tentar acertar o timing exato de entrada ou saída na bolsa. Em termos de portfolio, continuamos diversificados em termos setoriais e concentrados em empresas de qualidade. Os ativos presentes em nossa carteira conseguirão atravessar o momento desafiador de mercado baseado em seus fundamentos sólidos. O ambiente de preços amassados dos ativos brasileiros não reflete as condições positivas do país em termos de expectativa de crescimento de PIB, forte balança comercial, inflação em queda e baixa taxa de desemprego. Em termos de avanços estruturantes, a reforma tributária está evoluindo e deve ajudar no PIB potencial nos próximos anos.
No mês, os destaques de setores com retornos positivos foram: infraestrutura e serviços. Os setores detratores de retorno foram: consumo cíclico, utilidade pública, serviços financeiros, imob+shopping e transporte.
Obrigado pela confiança.